Fazendo CO2
caseiro
ALERTA: O uso de CO2 em condições normais
não oferece riscos, pois nas doses corretas a liberação de gás CO2 é pequena
(tendo em vista que deve ser suficiente apenas para acidificar levemente a
água, e não interferir no nível de oxigênio do aquário), mas, como sempre pode
haver pessoas incautas ou afoitas em fazer com que a produção de gás
"BOMBE" para aumentar o rendimento sem levar em conta o resultado da
reação química ocorre espontaneamente a partir das doses dos componentes
usados, o que pode causar se houver entupimentos de saída ou mangueira e pode
resultar em EXPLOSÃO da garrafa, ou até vazamento para o ar ambiente. Portanto
pedimos que as dosagens sejam seguidas, e periódicas inspeções sobre possíveis
entupimentos sejam realizadas, para se evitar acidentes desagradáveis. PORTANTO
USAR COM CUIDADO.
O CO2 é um gás que é absorvido pela
planta, por via foliar, e serve para fornecer Carbono, que é um dos principais
componentes dos vegetais. Na água ele promove uma acidificação maior ou menor, dependendo
da dose fornecida. Na sua falta, principalmente as plantas essencialmente
aquáticas, se em grande quantidade, passam a obtê-lo dos bicarbonatos em
dissolução, provocando uma alcalinização da água, por liberação de íons
hidroxila. Além do mais para que haja o crescimento, as plantas aquáticas necessitam
realizar a fotossíntese, um processo que ocorre sob a ação da luz. Presumindo
que exista um solo rico em nutrientes, luz suficiente e uma temperatura
adequada o fator que limita normalmente o crescimento luxuriante é a falta em
abundância do dióxido de carbono (CO2) dissolvido na água. No seu
meio natural, as plantas encontram CO2 dissolvido na água dos rios e
lagos, porém em aquários, a sua quantidade não é suficiente para a formação de
vegetação luxuriante, o que sempre procuramos em um aquário plantado. A solução
é aumentar esse nível de CO2 fornecendo artificialmente, o que
basicamente é conseguido apenas pondo em contato esse gás com a água (difusão).
Encontramos diversos sistemas de difusão à venda nas lojas de aquário, porém,
devido ao alto custo, muitas vezes não estão ao alcance de muitos hobbystas.
Existe uma solução caseira barata para o problema, que consiste em obter
dióxido de carbono através da fermentação do açúcar dentro de uma garrafa o
chamado injetor de gás carbônico caseiro.
Apenas lembrando que a maioria (95%) das plantas
dispensam o uso do CO2 para que se mantenham crescendo e estáveis - em meus aquários
raramente uso CO2 e mesmo assim as plantas crescem e se desenvolvem claro que
não com a rapidez que se estivessem sob ação do CO2, mas acho isso uma vantagem
pois diminui em muito a necessidade de que se efetuem podas- apenas adiciono
CO2 a aquários em que uso as raras plantas que o exigem, as quais não passam de
5% das plantas usadas em aquarismo.
Vejamos através deste passo a passo como
implementar um sistema eficiente de CO2 caseiro:
Lembrando que o fermento de padaria que
se usa é uma levedura (Saccharomyces cerevisiae) que ao utilizar
o açúcar o converte em dióxido de carbono (CO2) e álcool etílico (etanol), e é
por aumento da pressão interna dentro da garrafa que ele é expelido e vence até
a pressão hidrostática da coluna de água do aquário....portanto nunca feche a saída
do gás, tentando regular as quantidade de bolhas como se faz no proceso que usa
CO2 em cilindros, sob risco IMINENTE de EXPLOSÃO.
Material necessário:
● 1 garrafa
de refrigerante PET de 2,5 litros
● 1 garrafa de refrigerante PET de 1 litro
● 2 metros de mangueirinha do tipo usado em compressores de ar de aquário.
● 1 tubinho de cola acrílica do tipo "Super Bonder"
● 1 tesourinha de unha
● fermento biológico fresco (*)ver quantidade
● 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
● 500g de açúcar branco cristal.
● 1 garrafa de refrigerante PET de 1 litro
● 2 metros de mangueirinha do tipo usado em compressores de ar de aquário.
● 1 tubinho de cola acrílica do tipo "Super Bonder"
● 1 tesourinha de unha
● fermento biológico fresco (*)ver quantidade
● 1 colher de chá de bicarbonato de sódio
● 500g de açúcar branco cristal.
(*) QUANTIDADE - Para que o CO2 caseiro utilizado
não cause mais mal que prejuízos (sempre causado por excesso na produção do
gás) devemos sempre ao preparar as garrafadas usar de início apenas 1g de
fermento para cada 50 litros de água do aquário (e um aviso aos que tem pressa
de ver o CO2 bombando...aqui demora um pouco....mas é seguro pois vai mudando o
pH aos poucos) e devemos ir acompanhando a descida do pH....e caso depois de 10
dias o pH ainda esteja acima do que desejamos, podemos então preparar para
colocar outra garrafada com 15 a 20 dias depois da 1ª com talvez 2 g de
fermento para 50litros de água, assim ela vai aumentando a produção a medida
que a anterior vai decaindo de produção..e assim progressivamente vamos
tentando aos poucos ajustar a dose de fermento ao pH desejado, e trabalhando
com 2 garrafadas ao mesmo tempo, é mais fácil manter um nível mais constante de
variação. Quanto mais fermento se usa mais rapidamente o açúcar é convertido em
álcool e menos tempo dura a garrafada, sem falar que maiores também são os
riscos de se "cozinhar" plantas e peixes em pH excessivamente baixo.
Uma garrafada com 1 g dura até 2 a 3 meses produzindo CO2, ao passo que com 10
g dificilmente dura mais de 15 a 20 dias. Mesmo em aquários contendo peixes que
pedem pH ácido, evitar manter menos que 6.6, pois essa medida fica confortável
a esse tipo de peixe e ainda sobra uma margem de segurança para o caso do pH
por algum motivo baixar mais que isso, sem colocar em risco todo sistema.
Veja no diagrama a seguir como funciona:
Devemos colocar numa jarra grande as 500g de
açúcar, o fermento e uma colher de chá de bicarbonato de sódio. Ponha então na
jarra 2 litros de água morna e mexa vigorosamente até que tudo esteja
misturado, inclusive o tablete de fermento que se dissolve melhor na água
quando se aperta e esfrega entre os dedos. Essa mistura logo irá começar a
liberar CO2 e deve ser colocada na garrafa PET de 2,5l. A segunda
garrafa contem apenas água e serve para que caso haja algum acidente, a mistura
fermentada não entre em contato com a água do aquário. Serve também para que se
possa contar as bolhas e fazer um calculo da taxa de liberação de CO2.
Para que haja a difusão, as bolhas do gás tem que ficar a maior quantidade de
tempo possível em contato com a água. No caso do nosso difusor, aconselhamos
utilizar uma pedra porosa que aumenta a área de contato do gás com a água,
promovendo a máxima taxa de difusão. Podem ser usados também outros métodos de
difusão, como por exemplo ligar-se a mangueira à entrada do filtro externo ou
usando um difusor do tipo "zigue-zague" que aumenta o tempo de
contato das bolhas com a água do aquário.
Dica importante: evitar deixar as garrafas no mesmo
nível ou abaixo do nível do aquário, pois pode acontecer de que por diminuição
da fermentação a água do aquário retorne a garrafa. Deixar sempre em nível mais
alto.
COMO MONTAR O APARATO:
Material
necessário:
-2 garrafas de refrigerante PET, sendo uma de 2,5l e uma de 1l.
-Mangueirinha
-Cola acrílica do tipo "Super Bonder"
-Tesourinha de unha
-2 garrafas de refrigerante PET, sendo uma de 2,5l e uma de 1l.
-Mangueirinha
-Cola acrílica do tipo "Super Bonder"
-Tesourinha de unha
Encaixe a mangueirinha 1cm através do furo e aplique a cola na junção da mangueira e a tampa. Faça o mesmo pelo lado de dentro da tampa.
Faça dois furos na outra tampa pelo mesmo processo anterior
Em um dos furos cole pelo mesmo processo anterior a mangueirinha que vem da outra tampa, só que dessa vez ao invés de introduzir a mangueira apenas 1cm, introduza cerca de 15cm. No outro furo deverá ser colada uma outra mangueirinha de uns 1,5m que será a mangueira que levará o CO2 para dentro do aquário. Cole pelo mesmo processo introduzindo a outra mangueirinha, apenas 1cm. Abaixo veja como deverá ficar a "peça" após a colagem:
Na ponta da mangueira que se dirige ao aquário
coloque um daqueles registros de ar de mangueirinha para que possamos dosar a
quantidade de CO2 que entra no aquário, dado que a pressão dentro da
garrafa será muito maior nos primeiros dias, depois diminuindo e talvez
precisemos controlar. Esse efeito que ocorre nos primeiros dias pode abaixar o
Ph do aquário perigosamente, por isso colocamos as torneirinhas, para desprezar
parte do CO2 que sai sob pressão da garrafa de acordo com a nossa vontade. Mas
usando pouco fermento o risco de excessos fica praticamente reduzido a zero.
Veja o aspecto final da montagem já com o material
para fermentação no interior da garrafa:
Existem diversos tipos de difusores úteis para
aumentar o volume da difusão. O mais comum é que se conecte no final da
mangueirinha uma pedra porosa. Pode-se utilizar também um difusor que se
encontra em lojas do ramo, do tipo que faz um zigue-zague com as bolhas, para
aumentar o tempo de contato das bolhas com a água (difusão) até que elas
cheguem à superfície.
Este sistema dura em torno de 3 a 7 semanas ocasião
em que é necessário desprezar a solução antiga que terá um forte cheiro
alcoólico e colocar uma solução nova.
Devemos regular a frequência com que sai o gás
carbônico para que se atinja um nível entre 20 e 40 mg/l, suficiente para um ótimo
crescimento das plantas e seguro para os peixes que habitam o aquário. É
possível saber a quanto anda essa concentração na água do aquário analisando-se
a relação entre o valor da Dureza de carbonatos (dKH) e o Ph da água,
informações que podem ser facilmente obtidas através de testes encontrados em
lojas de aquário. A tabela a seguir nos fornece essa relação:
Muito baixo
Baixo
Suficiente
Alto
Perigoso
Dureza de Carbonatos (dKH)
|
|||||||||
Ph
|
1
|
2
|
4
|
6
|
8
|
10
|
15
|
20
|
|
8,0
|
0
|
1
|
1
|
2
|
2
|
3
|
4
|
6
|
|
7,9
|
0
|
1
|
1
|
2
|
3
|
4
|
5
|
7
|
|
7,8
|
0
|
1
|
2
|
3
|
4
|
4
|
7
|
9
|
|
7,7
|
1
|
1
|
2
|
3
|
4
|
6
|
8
|
11
|
|
7,6
|
1
|
1
|
3
|
4
|
6
|
7
|
11
|
14
|
|
7,5
|
1
|
2
|
4
|
5
|
7
|
9
|
13
|
18
|
|
7,4
|
1
|
2
|
4
|
7
|
9
|
11
|
17
|
22
|
|
7,3
|
1
|
3
|
6
|
8
|
11
|
14
|
21
|
28
|
|
7,2
|
2
|
4
|
7
|
11
|
14
|
18
|
27
|
36
|
|
7,1
|
2
|
4
|
9
|
13
|
18
|
22
|
34
|
45
|
|
7,0
|
3
|
6
|
11
|
17
|
23
|
28
|
42
|
56
|
|
6,9
|
4
|
7
|
14
|
21
|
28
|
35
|
53
|
71
|
|
6,8
|
4
|
9
|
18
|
27
|
36
|
45
|
67
|
89
|
|
6,7
|
6
|
11
|
22
|
34
|
45
|
56
|
84
|
112
|
|
6,6
|
7
|
14
|
28
|
42
|
57
|
71
|
106
|
141
|
|
6,5
|
9
|
18
|
36
|
53
|
71
|
89
|
133
|
178
|
|
6,4
|
11
|
22
|
45
|
67
|
90
|
112
|
168
|
224
|
|
6,3
|
14
|
28
|
56
|
85
|
113
|
141
|
212
|
282
|
|
6,2
|
18
|
36
|
71
|
107
|
142
|
178
|
266
|
355
|
|
6,1
|
22
|
45
|
89
|
134
|
179
|
224
|
335
|
447
|
|
6,0
|
28
|
56
|
113
|
169
|
225
|
281
|
422
|
563
|
|
5,9
|
35
|
71
|
142
|
213
|
283
|
354
|
531
|
709
|
|
5,8
|
45
|
89
|
178
|
268
|
357
|
446
|
669
|
892
|
|
5,7
|
56
|
112
|
225
|
337
|
449
|
562
|
842
|
1123
|
|
5,6
|
71
|
141
|
283
|
424
|
566
|
707
|
1060
|
1414
|
|
5,5
|
89
|
178
|
356
|
534
|
712
|
890
|
1335
|
1780
|
|
5,4
|
112
|
224
|
448
|
672
|
896
|
1120
|
1681
|
2241
|
|
5,3
|
141
|
282
|
564
|
846
|
1128
|
1411
|
2116
|
2821
|
|
5,2
|
178
|
355
|
710
|
1065
|
1421
|
1776
|
2664
|
3552
|
|
5,1
|
224
|
447
|
894
|
1341
|
1788
|
2236
|
3353
|
4471
|
Tomando como exemplo: se encontrarmos o Ph da água
em 6,8 e ao medir a dureza de carbonatos (dKH) encontramos o valor 6, então
pela tabela, a concentração de CO2 na água é de 27 mg/l, um valor
que pode ser qualificado como ideal.
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